Ela colocou a chave na porta com o coração apertado,
encolhido dentro do peito.
Ao entrar, deparou-se com um olhar gélido, fixo, sem
nenhuma emoção. A face de uma estátua.
Ela relutou em entrar naquele lugar, sabia que não teria
nenhum conforto ali, nenhum colo, nenhum abraço sincero, nenhuma emoção.
Ela se convencia cada vez mais de que estava só no mundo,
que daquela pessoa não viria nada. Nada.
Entrou mesmo assim, parecia que entrava num freezer.Ele não olhava para ela, não mexia um músculo.
Tentou conversar, tentou amenizar o clima horrível e
pesado. Ele só rebatia com monossílabos, com farpas para atingi-la. Ela
sentiu-se terrivelmente só, mal, triste.
Desistiu. Levantou-se e foi se aquecer num banho quente,
pensando que não precisa de nada disso. Não precisa. E que definitivamente, não
quer nada disso. Não mais.
Sentiu que uma semente de coragem começou a brotar
naquele coraçãozinho acanhado e medroso.
Sentiu que, acima de tudo, as coisas vão mudar.
0 comentários:
Postar um comentário
Fale, quero ouvir a sua voz também.