sexta-feira, 3 de agosto de 2012

E daí?



Sempre gostei da revista TPM, porque acho que trata de assuntos interessantes, sem ser mulherzinha demais e sem a estupidez de 99% das revistas "femininas". A edição deste mês está muito legal, recomendo.
Comparando com outras coisas que se vê nas bancas, chega a ser engraçado:
"Barriga chapada em uma semana".
"Emagreça 15 kg em dez dias"
"Seja uma deusa do Sexo"
"Como fisgar o homem dos seus sonhos"
Diariamente somos bombardeadas com esse tipo de lixo editorial. Eu particularmente não quero uma barriga chapada em uma semana, não quero emagrecer 15 kg dem 10 dias, não preciso que me digam como fazer sexo melhor e muito menos como "fisgar" um homem, ainda mais o dos sonhos, que a gente sabe que não existe.

Este é o tipo de matéria que um editor ( sim, sexo masculino) cretino deve conversar com as assistentes que o acham o máximo e que querem subir na empresa, e dizer:  Vamos fazer história, vamos ditar um padrão de comportamento. E acima de tudo, vamos vender revista a rodo pra essas trouxas.
E muita gente compra essa idéia. Muita gente aceita esta estupidez.

To cansada de ver mulheres enlouquecidas, correndo atrás de um padrão de corpo e de comportamento inatingível, ridículo, patético, que nunca poderia deixar ninguém mais feliz, que nunca poderia corresponder menos ao que as mulheres realmente são, ou deveriam ser. To cansada de ver mulheres lindas, inteligentes, interessantes, que ficam sofrendo por causa dos outros, do que os outros querem que elas sejam. Nem é o que elas querem, mas a idéia de que tem que corresponder ao padrão tortura diariamente muitas delas.

Em primeiro lugar, não existe padrão de mulher. O mais legal é cada uma ser do seu jeito, ter a sua beleza, cultivar o corpo e a mente, porque uma gostosa burra é a coisa mais patética que se pode ver. E olha que isso é o que mais se vê, atualmente.

As pessoas que recusam esses padrões são imediatamente taxadas de mal amadas, mal comidas, mal isso, mal aquilo. Pura inveja. Todo mundo deveria dar a cara a tapa e dizer : sou do meu jeito, fodam-se vocês com suas dietas de fome, horas a fio malhando a bunda, plástica em tudo que é canto, fodam-se o seu pseudo-bem-resolvimento. Mas quase ninguém tem coragem de fazer isso, ou até de pensar sobre isso. Mais fácil ser uma cordeirinha, baixar a cabeça e seguir o fluxo. Bleh.

Nós temos muito mais do que isso.
Nós somos muito mais do que silicone, bunda, músculos ( ou ossos, gosto é gosto). Nós somos capazes de muito mais.

É revoltante reduzir mulher a viver para "fisgar" homem. Ou posar pelada em revista. Ou viver contando calorias. Ou ser uma completa imbecil, que só pensa em mulherzice 24 horas por dia e junta dinheiro pra aplicar botox e ficar com cara de peixe cru.

Só jogando todo esse lixo fora é que vamos poder ser felizes com a nossa identidade verdadeira, com as imperfeições que mulheres reais possuem, e  nem por isso deixam de ser lindas, gostosas e interessantes.

O tempo passa, a juventude também, e o que vai ser dessas imbecis acéfalas que só pensam na embalagem, quando esta embalagem estiver meio gasta, desbotada, prestes a vencer?

Pra quem achar que isso é inveja, nem chego a lamentar, porque este tipo de gente não me interessa. Eu visto 38 e to me lixando pra isso. Meu número de calça não me define, o tamanho dos meus peitos não me define e a minha barriga não-chapada não me define. Sou bem mais que números, calorias e cremes para celulite.

Já tive problemas com imagem num passado recente, sérios, mas tenho cérebro suficiente pra não me deixar mais levar por isso e nem pelas merdas que a mídia tenta nos empurrar goela abaixo.

Quem quiser uma mulher artificial, que compre uma Real Doll.

Nós temos defeitos e imperfeições, mas temos qualidades que são muito, mas muito mais interessantes do que qualquer silicone.

Quem não vê isso tem mais é que assinar a NOVA, ou a DIETA JÁ e continuar tentando chapar a barriga, emagrecer 15kg e fisgar o homem perfeito.  Go to hell!

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