Nunca escondi de ninguém que sou um tanto anti-social.
Sempre preferi ficar na minha quietinha a ficar no meio de uma multidão. Mas
esse domingo as coisas se mostraram bem mais complicadas para mim.
Quando você tem uma infância, como a minha você, aprende a
amar os livros, quando seu coração é mais machucado que limão em caipirinha
você aprende a que os livros são seus únicos amigos. Como disse ao meu namorado
ao meio de lágrimas: pessoas lhe machucam, os livros não (a menos que seja o
KISS Kompenium, aí esse causa um traumatismo craniano com afundamento).
A verdade é que tenho muito medo dos seres humanos (se é que
posso chamar as pessoas disso), a ponto de ter perdido, ou acreditado ter
perdido, partes das minhas habilidades sociais. Tenho medo que as pessoas não
gostem de mim, que não se interessem pelo que tenho por dentro. Por conta desse
medo passei a conhecer pessoas apenas pela internet, mas, ainda sentia falta de
algo. Quando as conheciam pessoalmente me decepcionava, na internet tudo é mais
fácil, podemos ser quem quisermos mostrar o que quisermos. Mas mesmo assim, só
pela net, ainda me machuquei e muito.
Com os livros ocorre o inverso. Você não precisa ter medo
deles, eles é que tem medo de você, medo que você não cuide deles do modo correto,
medo que nunca os leiam, eles te escutam e não pedem nada em troca. Pelo que me
lembro, a maior parte da minha vida estava rodeada de livros, meus pais sempre
me incentivaram a ler e a escrever. Os
livros ainda tem uma grande vantagem as pessoas, eles te transportam
para um lugar completamente novo sem te cobrar nada.
Nada contra os seres ditos humanos, mas prefiro meus amigos
com páginas, orelhas e tinta impressa. As pessoas lhe machucam e não ligam para
o que isso pode desencadear. Mesmo com as minhas amizades de internet tive meus
grandes deslizes. Acho, na verdade tenho quase certeza, que pouquíssimas
pessoas que conheci via internet levarei para o resto da minha vida. Algumas, a
gente conversa por anos e, quando surge um momento de grande dificuldade na sua
vida, ela some e ainda te faz sentir culpada por, teoricamente, não ter lhe
contado que estava mal.
No domingo rolou uma coisa um tanto estranha comigo, aquelas
pessoas sentadas, rindo e conversando, me deram medo, medo de que aquilo que
ocorreu no passado ocorra de novo e de novo e que eu não consiga superar dessa
vez. Que mais uma vez, assim como tantas outras, seria magoada por alguém que
se fingiu ser amigo, mas que no fundo no fundo só queria se aproveitar de mim,
como tantos outros.
Não me entenda mal, se é que ainda tem alguém que ler esse
blog, até gosto de pessoas, mas os
livros me dão muito mais segurança, me dão a certeza que sairei ilesa e sem
dores. Quero muito, muito mesmo, voltar a ser uma pessoa tida como ‘normal’
pela sociedade e poder socializar com os outros, mas, infelizmente, meu
pensamento não irá mudar tão cedo. Pessoas são más (ok, nem todas, mas 98% das
pessoas são), mas os livros não.
2 comentários:
às vezes leio o que você escreve e percebo como pensamos parecido em várias coisas :-D te adoro! beijos!!
Espero não ter te machucado, mas caso tenha feito alguma coisa errada, tenho uma qualidade que os livros nao tem,a o portunidade de te pedir perdão.
te adoro.
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