terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sem Nome nº 6: Livros a pessoas


Nunca escondi de ninguém que sou um tanto anti-social. Sempre preferi ficar na minha quietinha a ficar no meio de uma multidão. Mas esse domingo as coisas se mostraram bem mais complicadas para mim.

Quando você tem uma infância, como a minha você, aprende a amar os livros, quando seu coração é mais machucado que limão em caipirinha você aprende a que os livros são seus únicos amigos. Como disse ao meu namorado ao meio de lágrimas: pessoas lhe machucam, os livros não (a menos que seja o KISS Kompenium, aí esse causa um traumatismo craniano com afundamento).

A verdade é que tenho muito medo dos seres humanos (se é que posso chamar as pessoas disso), a ponto de ter perdido, ou acreditado ter perdido, partes das minhas habilidades sociais. Tenho medo que as pessoas não gostem de mim, que não se interessem pelo que tenho por dentro. Por conta desse medo passei a conhecer pessoas apenas pela internet, mas, ainda sentia falta de algo. Quando as conheciam pessoalmente me decepcionava, na internet tudo é mais fácil, podemos ser quem quisermos mostrar o que quisermos. Mas mesmo assim, só pela net, ainda me machuquei e muito.

Com os livros ocorre o inverso. Você não precisa ter medo deles, eles é que tem medo de você, medo que você não cuide deles do modo correto, medo que nunca os leiam, eles te escutam e não pedem nada em troca. Pelo que me lembro, a maior parte da minha vida estava rodeada de livros, meus pais sempre me incentivaram a ler e a escrever. Os  livros ainda tem uma grande vantagem as pessoas, eles te transportam para um lugar completamente novo sem te cobrar nada.

Nada contra os seres ditos humanos, mas prefiro meus amigos com páginas, orelhas e tinta impressa. As pessoas lhe machucam e não ligam para o que isso pode desencadear. Mesmo com as minhas amizades de internet tive meus grandes deslizes. Acho, na verdade tenho quase certeza, que pouquíssimas pessoas que conheci via internet levarei para o resto da minha vida. Algumas, a gente conversa por anos e, quando surge um momento de grande dificuldade na sua vida, ela some e ainda te faz sentir culpada por, teoricamente, não ter lhe contado que estava mal.

No domingo rolou uma coisa um tanto estranha comigo, aquelas pessoas sentadas, rindo e conversando, me deram medo, medo de que aquilo que ocorreu no passado ocorra de novo e de novo e que eu não consiga superar dessa vez. Que mais uma vez, assim como tantas outras, seria magoada por alguém que se fingiu ser amigo, mas que no fundo no fundo só queria se aproveitar de mim, como tantos outros.


Não me entenda mal, se é que ainda tem alguém que ler esse blog,  até gosto de pessoas, mas os livros me dão muito mais segurança, me dão a certeza que sairei ilesa e sem dores. Quero muito, muito mesmo, voltar a ser uma pessoa tida como ‘normal’ pela sociedade e poder socializar com os outros, mas, infelizmente, meu pensamento não irá mudar tão cedo. Pessoas são más (ok, nem todas, mas 98% das pessoas são), mas os livros não.

2 comentários:

Emily disse...

às vezes leio o que você escreve e percebo como pensamos parecido em várias coisas :-D te adoro! beijos!!

Lestat disse...

Espero não ter te machucado, mas caso tenha feito alguma coisa errada, tenho uma qualidade que os livros nao tem,a o portunidade de te pedir perdão.
te adoro.

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