domingo, 5 de setembro de 2010

Minha primeira experiência em Festivais - parte 2

Me aproximei, conversei, fui aceita. Em pouco tempo já era a guia do grupo.


Domingo, missa com os italianos. Pela primeira vez vi uma missa e me diverti, fui suspensa no ar, ri, traduzi a missa.


Deles nada tenho a reclamar, do evento sim, deles não. Pela primeira vez vez vi completos estranhos me aceitarem como se fosse da família. Carinhoso e respeitadores, fui acolhida.
Algumas meninas, quase todas, tinham medo deles, como se fossem bichos. Para mim eram meus irmãos mais velhos. Eles cuidavam de mim, era recebida sempre com um 'como você estar?' ou um elogio, em um dos momentos do evento um deles me disse que eu parecia com uma italiana, que sempre estava sorrindo apesar dos problemas.


As vezes, eles chegavam a mim e me pediam algo que era super complicado de resolver, eu olhava, sorria e dizia para esperar um pouco que ia conseguir e assim o fazia. Ganhei 17 irmãos, 17 amigos para toda a vida... Pelo menos para mim, pois, sinto que eles irão me esquecer (temo isso com todas a minhas forças), acho que ficarei na vida de um ou outro mas na vida dos 17 não.


A saudade da família, namorado, amigos era grande. Todos o dias ligava, perguntava como iam as coisas, comprava presentes pensando neles... Meu namorado me ligava e dizia que eu ia deixar ele para fugir com algum dos italianos... Imagina eu, amando aquele rapaz, iria deixa-lo em troca de uma aventura?


Briguei, tive que ser afastada dos meus "meninos", chorei. Achou que no evento, foi a única vez que chorei. Depois só chorei, assim, quando ninguém me via, quando eles foram embora. Fui readmitida, depois de vários pedidos deles. Saltitante, abracei a todos, ria, cantava...


Tinhamos um novo fôlego, queriamos que aquilo, aquele festival, desse certo e eu queria isso mais que nunca!


Durante meu afastamento, me transformei em tradutora simultânea, conheci mais e mais pessoas, fiz amizade com os italianos do CIOFF Jovem e com uma coreana muito linda e simpática. Porém, não me doeu dizer adeus para eles.


Quinta-feira, bilhetinho dos "meninos" para me animar. Notícia boa, a volta.


Sexta-feira, o coração começa a apertar, já tá acabando... Festa com todos os grupos internacionais e o CIOFF Jovem. Acho que não falei isso, mas além dos meus meninos de Cori, também tinha o grupo da Venezuela e do Canadá. Bebi, ri e me diverti.


Sábado... Ultima sera, como eles me disseram. No fim, vi que todo meu trabalho foi recompensado, eles deram um show, entenderam como era o Brasil e que as mulheres daqui não são carne. Ganharam mais meu respeito, coisa que eles já tinham.


Domingo, dia de voltar para casa. Coração do tamanho de um grão de mostarda, muito cansada, mas com uma sensação de trabalho cumprido. Hora de matar a saudade.


Segunda-feira. Pra mim, o evento acabou quando aquele voo da TAP tomou os céus em direção a cidade de Lisboa com os meus meninos nele.


Meu saldo: Só ganhei, agora eu sei, realmente, porque estudo Turismo. Ganhei uma irmã, uma mãe e 17 novos amigos-irmãos.


Esses são meus meninos, a saudade é grande, mas eu aguento...

1 comentários:

Harry Yazawa disse...

e eu ia perguntar o que raios vc fazia para ter conhecido tantos italianos e tudo mais. mas que coisa interessante huh? nunca imaginava que turismo fosse algo que desse tantas oportunidades. na verdade ainda conheço mto pouco de tal curso, mas é bom ver que faz as pessoas felizes. Espero que vc possa reve-los em breve ou pelo menos continuar mantendo contato. Uma coisa é certa, nem vc nem eles esquecerão nada disso.

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