quinta-feira, 17 de março de 2016

Ela se foi

Na madrugada do dia 27 de fevereiro perdi a minha avó materna. Eu era bastante próxima a ela, quase todo dia conseguia falar com ela, ligava em datas importantes, cuidava de mim, fazia a melhor comida de todo universo... Ela se foi, a avó que eu contava os dias para poder viajar para ver-la, aquela pela qual ficava de coração partido por não poder ir cuidar dela e nem conversar com ela... O corpo físico se foi, o espírito fica.

Foi tudo tão rápido, ela começou a se sentir mal na quarta, foi internada na quinta, foi para UTI na sexta a tarde e no sábado de madrugada (entre 2 e 3 da manhã) ela partiu. Tudo isso por conta daquele maldito mosquito e daquela maldita febre que aceleraram a partida desse plano.

Queria lhe dizer que estou bem mas não estou. Quando fecho os olhos vejo meu avô, minha mãe, minhas tias, meu tio, meu pai e meus primos chorando, escuto minha mãe soluçando dizendo que nunca mais verá a mãe de novo, vejo ela lá no caixão... Aquela não era minha avó, era outra pessoa, era uma sósia, não quero acreditar mas é preciso. Sinto meu avô me abraçando e dizendo "oh minha netinha, sua avó foi embora", estou triste por ter conhecido meu tio (filho adotado do meu avô) em um momento tão triste, tenho medo do que possa acontecer ao meu avô sem ela, eles ficaram mais de 50 anos juntos, e na família há casos de morte por tristeza. Me preocupo com minha mãe também, uma vez que ela não conseguiu se despedir da mãe e sei que ela ficará se culpando por isso.

Fico triste por não ter conseguido fazer a surpresa a ela como queria, de ter mostrado a ela meu diploma (logo eu, a primeira neta a se formar)... Tantas coisas que queria fazer, até escutar ela falando que estou me 'enfeiando' por conta das minhas tatuagens, de ver ela tirando onda comigo fazendo tarefas domésticas... Ela não está mais aqui, pelo menos fisicamente.

Sei que isso é egoísta mas queria ter o dom do Piemaker de Pushing Daisies e ressuscitar ela, mesmo que isso custasse eu não poder mais tocar nela. Eu queria ela aqui por mais alguns vários anos... Mas Deus precisava dela mais que nós né?

Ainda estou abalada, há dias que é mais fácil superar e outros que é mais difícil, estou na semana do difícil... A saudade nunca vai passar, mas iremos nos acostumar à ausência.

Preciso ser forte mais uma vez, por mim e por todos.

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