Parece estar sendo uma constante na minha vida estar cansada, parece que não consigo relaxar mais.
A mente dá voltas e mais voltas, será que ele me lê? Será que ainda gosta de mim? Será que tudo irá melhorar? Tantas perguntas sem respostas, tantas coisas...
Só quero teu abraço, quero sentir tua pele, teu cheiro, quero que você seja meu descanso, meu relaxamento.
Estou com saudades. Sinto a sua falta todos os dias, parece que tem algo faltando em mim. Fico esperando abrir meu email e ver teu nome nele, sinto falta de mandar algo te contando as coisas da vida, por isso vou contar rapidamente aqui, já que os emails voltam.
Eu e I continuamos juntos, porém tentei me reconectar com R mas não deu certo (ele se mostrou um babaca mais que tudo), fiz alguns "amigos" mas, muitas vezes, não sinto que posso confiar neles. Ainda encontro com P e é ótimo está com ele. Apesar disso tudo, ainda me sinto só.
Voltei a estudar e já estou próxima a acabar mais um curso, dessa vez penso mesmo em fazer mestrado, pós, doutorado e seguir pela área de ensino. Já imaginou, Professora A? Ia ser a professora gótica mais descolada do departamento.
Fiz algumas tatuagens, cada dia acrescento mais uma na lista que quero fazer, a meta é fechar um braço e já estou próxima a isso.
Eu sinto a sua falta mais que tudo, se, por acaso, ler isso, deixa um comentário ou me manda um email, eu quero saber de você.
Na madrugada do dia 27 de fevereiro perdi a minha avó materna. Eu era bastante próxima a ela, quase todo dia conseguia falar com ela, ligava em datas importantes, cuidava de mim, fazia a melhor comida de todo universo... Ela se foi, a avó que eu contava os dias para poder viajar para ver-la, aquela pela qual ficava de coração partido por não poder ir cuidar dela e nem conversar com ela... O corpo físico se foi, o espírito fica. Foi tudo tão rápido, ela começou a se sentir mal na quarta, foi internada na quinta, foi para UTI na sexta a tarde e no sábado de madrugada (entre 2 e 3 da manhã) ela partiu. Tudo isso por conta daquele maldito mosquito e daquela maldita febre que aceleraram a partida desse plano. Queria lhe dizer que estou bem mas não estou. Quando fecho os olhos vejo meu avô, minha mãe, minhas tias, meu tio, meu pai e meus primos chorando, escuto minha mãe soluçando dizendo que nunca mais verá a mãe de novo, vejo ela lá no caixão... Aquela não era minha avó, era outra pessoa, era uma sósia, não quero acreditar mas é preciso. Sinto meu avô me abraçando e dizendo "oh minha netinha, sua avó foi embora", estou triste por ter conhecido meu tio (filho adotado do meu avô) em um momento tão triste, tenho medo do que possa acontecer ao meu avô sem ela, eles ficaram mais de 50 anos juntos, e na família há casos de morte por tristeza. Me preocupo com minha mãe também, uma vez que ela não conseguiu se despedir da mãe e sei que ela ficará se culpando por isso. Fico triste por não ter conseguido fazer a surpresa a ela como queria, de ter mostrado a ela meu diploma (logo eu, a primeira neta a se formar)... Tantas coisas que queria fazer, até escutar ela falando que estou me 'enfeiando' por conta das minhas tatuagens, de ver ela tirando onda comigo fazendo tarefas domésticas... Ela não está mais aqui, pelo menos fisicamente. Sei que isso é egoísta mas queria ter o dom do Piemaker de Pushing Daisies e ressuscitar ela, mesmo que isso custasse eu não poder mais tocar nela. Eu queria ela aqui por mais alguns vários anos... Mas Deus precisava dela mais que nós né? Ainda estou abalada, há dias que é mais fácil superar e outros que é mais difícil, estou na semana do difícil... A saudade nunca vai passar, mas iremos nos acostumar à ausência. Preciso ser forte mais uma vez, por mim e por todos.
Finalmente acabou a jornada para me formar. Acabou dia 20 de outubro, quando, finalmente, peguei o meu diploma. Nesse dia, postei a seguinte mensagem no meu perfil do Facebook:
"Essa semana, zerei um jogo que havia iniciado em fevereiro de 2009. Um jogo longo e complicado, com várias missões secundárias/side quests, algumas tão complicadas quanto a principal.
Foram várias missões secundárias, algumas bem fáceis, algumas mais difíceis que a missão principal/main quest, algumas me fizeram chorar, querer desistir e outras que me fizeram rir e comemorar. Algumas me fizeram me sentir o pior ser humano da história e outras como a rainha do universo. Uma das quest complicadas envolveram 12 italianos e passar 3 dias dentro de um ônibus viajando.
Encontrei várias companhias/companions que me ajudaram a completar essa jornada, alguns ainda estão comigo, mesmo que não fale constante, e outras que quero esquecer que estiveram comigo. Algumas eram da minha idade, outras mais velhas ou mais novas. Umas viraram amigos e outras conhecidos. Cada uma acrescentou algo especial na jornada, seja amor, relaxamento, raiva, ódio, determinação...
Algumas missões me deram prêmios em dinheiro, outras reconhecimento, outras me tiraram coisas, saúde e pessoas. Essas missões me fizeram chorar a ponto de querer abandonar tudo.
Uma hora tive que abrir mão das missões secundárias para entrar no estágio final da minha jornada, já havia acumulado muita experiência/XP para poder enfrentar-lá, as abandonei com coração partido mas foi necessário.
Há um ano, iniciei o estágio final. Esse foi o mais difícil e complicado de tudo. Arranquei cabelos, lágrimas, sorrisos, quantidades até exageradas de álcool. Tudo culminou no dia 27 de março e uma resposta de que foi 8,5. Comemorei, pensando que tinha enfrentado o chefe final/final boss, mas foi uma amostra de que ainda haveria mais dois chefes para enfrentar. Em 29 de julho, enfrentei o penúltimo chefe e esse me deixou na cara do gol. Na terça, dia 20 de outubro (uma data que me traz lembranças) enfrentei o chefe final de verdade e o venci.
Finalmente peguei meu prêmio final e agora destravei um novo modo de batalha. Agora a jornada continua com o nível mais pesado e com mais missões.
Qual será meu próximo jogo? Ainda não sei, só sei que zerei o jogo do ensino superior e agora sou turismóloga. Cuidado comigo mundo, pois estou chegando para zerar mais uma nova jornada!"
Finalmente acabou, saí calejada, com inúmeras cicatrizes mas finalmente tudo acabou. Agora só falta escolher um novo jogo e apetar start!
Apenas uma menina madura que tem pesadelos quase todas as noites, que sonha em adormecer de mãos dadas a alguém para não ter esses sonhos ruins. Ela é uma garota que dá vazão aos sentimentos.
Sem cabelo verde e tatuagem no pescoço, com um rosto novo e um corpo talvez feito para o pecado, nada de salto quinze ou saia de borracha, não era Ana Paula, mas agora é Amanda Morgenstern
Feminina, uma devassa, uma santa, uma easy rider, diva, nerd, memória, pensamento, salvadora, já recebeu vários nomes e várias definições, mas no final é apenas ela mesma, uma eterna sonhadora e lutadora.